quarta-feira, 28 de maio de 2008

Amor ao Ofício


O ato de escrever
pode ser ofício,
precipício,
ou confissão.
Não rejeito nada,
(como a rosa não rejeita,
e, com pétalas brancas,
amarelas, ou vermelhas,
se ajeita).
Não rejeito as escolhas,
e nem também,
aquilo que as escolham rejeitaram,
e que, também,
já tinha sido
digno de cogitação.
Tudo o que não fiz, ou fui,
permanece intacto, intenso,
submerso,no subconsciente,
e pode, de repente,
aparecer no papel, no pincel, no céu
da minha criação.
Posso ter sido isto, e não aquilo,
posso escolher: ser ou não ser,
e esta não é a questâo.
Na verdade, posso ser tudo.
(Apenas escolho o que sou agora,
e minha sombra, rejeitada,
lanço, como resposta,
na palavra exposta.)
Desta forma, nada deixo de fora.
Preservo a amplitude,
a totalidade do meu raio de ação.
Quero ser luz, mas amo a escuridão
subjacente na personalidade.
Amo a escuridão,
o meu impulso
em direção à criação:
ofício, precipício, confissão...

1 comentários:

Anônimo disse...

T^dizendo...Quem tudo quer, as vezes, tudo perde...O que vc perdeu? A luz, ou a sombra? Sim pque uma é sempre o reverso da outra...