Porque tenho um motivo de riso
(vivo para isso);
porque tenho um motivo de surprêsa
(essa coisa têsa),
por isso, eu vivo.
Se não houvesse o susto, a surprêsa,
eu não teria esta vontade de seguir,
de ir, de deixar vir
o futuro, tão obscuro.
Então, eu mereço
todas as danças, os boleros,
os lero- leros
das esquinas.
Então, eu mereço
todas as sabatinas.
Porque amo a vida, e quero tê-las.
Porque amo o beco , o deslize,
a feira livre, o biscate,
porque desprezo o ouro, o quilate,
dos diamantes ofuscantes,
porque amo o disparate,
amo o que surpreende,
fico com a súcia,
com a sua astúcia,
e com o nosso diágolo entre paredes,
para saborear, sovinamente,
sua luz seu extra, seu arremate.
sábado, 26 de abril de 2008
Preferência
Postado por Lia Sophia às 19:08
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1 comentários:
§
Contrariando Oswald de Andrade:
Amor
Temor
§
Mesmo das coisas mais simples, e eu as amo, sinto medo sem fim...
§
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