terça-feira, 3 de junho de 2008

Amor imperfeito

Amor é o presente, por inteiro,
quando se doa ao amado,
o corpo, a alma, o dinheiro.
Amor começa no susto,
na paixão tão instantânea,
que vai perdendo, no tempo,
a magia que antes havia.
Amor é a falta de juízo
que empurra opostos na cama,
e não sustenta, como devia,
a imagem de quem se ama:
aquele ser adorado,
e, depois, tão desprezado.
Amor é um sofrimento
profundo, doído, horroroso,
que transforma em um fantasma
aquele ser carinhoso.
Amar é um sofrer calado
é chorar até cansar,
é sair de porta afora,
às vezes, querendo ficar,
sem saber pra onde ir,
sem saber onde chegar,
sem saber o seu lugar.
É a soma dos problemas,
é a divisão de bens,
é aquela calmaria,
que transforma o ser amado
em uma doce criança,
mas é, também, a baixaria
que assusta a vizinhança.
Assim é o amor humano:
egoísta, imperfeito,
possessivo, ciumento,
mentiroso, doloroso.
Amor que arrebenta o peito,
vai e volta muitas vezes,
e ilude nossa vida,
por muitos e muitos meses...

2 comentários:

marcela primo disse...

§

O que dá mais raiva são as voltas; mais raiva de nós do que do outro. Raiva porque parece que a gente nunca aprende.

Mas aí a gente pega o amor que se transformou raiva e faz rima, rs...

;*

§

Anônimo disse...

Ah, amor... que mesmo imperfeito, todos procuramos um.


^^