quarta-feira, 2 de julho de 2008

O amor universal precisa...


Morte não existe em nossos corpos compostos.
Apenas desintegração de uma mistura.
É quimica pura,
facilmente demostravel.
É movimento, e o que se move
tem vida própria.
Em nosso mundo, tudo se move
e nada demove, em mim, a crença
que a vida vença
em outro plano, sem a matéria,
de outra forma, bem mais etérea.
Porque o amor universal precisa
das coisas do querer.
O amor universal e seu poder
que submete o querer
à força imperativa do viver.
Por enquanto, somos matéria,
esta mistura fugaz.
Simplesmente dobramos os joelhos,
sem determinação sobre as coisas do amor
universal.
Só temos o nosso querer,
rosas vermelhas, andorinhas migratorias,
plenas de utilidade ao amor universal.
Rosas vermelhas que não podem fenecer.
E, por isso, porque não somos anjos, mas humanos,
não convivemos com os deuses,
mas com as pulsões e reações
do nosso inconsciente,
e dos ritos cabalísticos de nossas tribos.
Mas eu, insubmissa, quero mudar,
dominar, direcionar,
o meu proprio querer:
quero que floresça, e cresça,
que seja um lume, e o perfume de suas rubras rosas
ilumine o meu viver individual,
servindo, sempre, ao amor universal.

O prêmio principal

O que é que voce faria
se acertasse o premio principal?
O que voce mudaria,
para o bem e para o mal?
Para onde voce iria,
onde é que ficaria
seu paraiso particular?
Em que ilha, em que lugar?
Que planos voce teria,
quem levaria consigo?
Um cão, um gato, um amigo?
Ou seria voce e seu corpo,
até que restasse morto?
E ao fim de uns dez anos
teria valido a pena?
Ou a nova forma de vida
seria, ainda, pouca, pequena?
O tempo é misterioso,
tem a própria dimensão...
Trabalha a nosso favor?
Às vezes, sim;`as vezes, não...
Ter um sonho, mais além,
nos encoraja e ilude
a alma cresce, aparece
uma sensação de plenitude.
É um perde-ganha sem fim.
Pode ser bom e ruim.
Diante do que se alcança
a satisfação interna
nos devolve a sensação
de ser, de novo, criança?
O que nos terá ensinado
poder comprar a beleza,
viajar o mundo afora,
ou ajudar quem se ama?
Poderíamos esquecer
tudo o que nos fez sofrer?
Ao morrer, apaziguados,
poderíamos dizer:
-Tive tudo o que quiz
e fui muito, muito feliz?
Eu queria que o prêmio principal
me trouxesse mais sabedoria
(eu sei que é impossivel),
mas é o que gostaria.
Um coração mais puro,
e muito, muito mais leve,
bombeando meus passos
nesta vida breve, breve.